O Estado de São Paulo bateu o recorde de mortes por dengue em 2010. Foram pelo menos 64 casos desde janeiro, segundo levantamento feito pela reportagem do jornal Agora junto às prefeituras. O número é o maior desde o início da contagem, em 1990, e representa quase o dobro do recorde anterior: 35 mortes em 2007.
Em 2008, quando a doença perdeu força, a então gestão José Serra (PSDB) deixou de atender 2,2 milhões de pessoas com visitas e trabalhos de controle e prevenção. O contingente representa 35% da meta de 6,4 milhões de pessoas traçada pelo governo para aquele ano, segundo os últimos dados do PPA (Plano Plurianual 2008-2011). O treinamento de profissionais também foi menor. Em vez de 9.000, como previa o PPA, foram treinados cerca de 6.000.
Apenas em Santos (72 km de SP) houve 19 mortes, e a prefeitura obteve autorização da Câmara para invadir casas fechadas em busca do mosquito. No Guarujá (86 km de SP) foram 12 mortes, o que forçou a prefeitura a abrir um posto só para tratar de dengue. Na capital, cerca de mil pessoas contraíram a doença, mas não houve mortes.
Em Ribeirão Preto (313 km de SP), o casal Neide, 67 anos, e Salvador Della Motta, 68, pegou dengue em sequência --quando ela sarou, ele adoeceu. "Cuido muito bem da minha casa e por isso nunca achei que poderia pegar essa doença, mas vi da pior maneira que isso não dependia só de mim", disse Neide. A cidade registrou cinco mortes e 15.497 casos.
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