O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, criticou, em entrevista à Terra Magazine, a proposta dos tucanos de processá-lo por preconceito por chamar o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, de “jagunço político”. Dutra diz que são os tucanos que demonstram preconceito quando chamam a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de “mentirosa”. “Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem (PSDB) ir pro pau, vamos também”, afirmou.
Leia entrevista concedida por José Eduardo Dutra ao portal Terra Magazine.
Terra Magazine – O PSDB quer processar o senhor e o deputado Ricardo Berzoini por calúnia e difamação...
José Eduardo Dutra - É risível a nota. É de morrer de rir. Em primeiro, porque eu sou de Sergipe. E mais, dizer que é preconceito usar um termo desde sempre muito usado no Nordeste é de morrer de rir. Não entendi onde ele foi buscar o preconceito nisso aí. Onde está o preconceito quando se usa o termo jagunço? Onde vai o preconceito contra o povo nordestino? A não ser que o senador Sérgio Guerra ache que ele é o povo nordestino. Em segundo, usamos um termo muito usado no Nordeste e o relativizamos: “jagunço político”. Ou seja, está vinculado ao teor da nota que ele soltou. Então, a nossa nota precisa bem em que circunstâncias está o termo. E se eu disser que Dilma é uma candidata arretada? Eu estou sendo preconceituoso? O argumento deles é risível. Se for para julgar qual nota seria cabível de ir na justiça, seria a do Sérgio Guerra contra Dilma.
Terra - Por que?
Dutra - Ali sim os termos são grosseiros e caluniosos. A nossa nota, não. Nós somente afirmamos que ele se comportou como um jagunço político ao soltar a nota anterior. Agora, querem entrar na Justiça? Paciência, é um direito deles. Mas deveriam arrumar argumentos melhores.
Terra - O senhor não acredita que esses argumentos estejam vinculados, de certa forma, ao fato de o partido carecer de maior inserção no Nordeste?
Dutra -Olha, se isso for uma estratégia de inserção, eles estão mal de estratégia.
Terra - O senhor acha que essa troca de notas entre os altos escalões do partido sejam positivas ou negativas para a imagem de ambos em ano eleitoral?
Dutra - Nós vamos dançar de acordo com a música. Se tocar valsa, dançaremos valsa. Se tocar heavy metal, dançaremos heavy metal. Isso começou com a entrevista de Guerra na revista Veja, dizendo que iria acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Respondemos.
Terra - A ministra Dilma respondeu.
Dutra - A ministra Dilma rebateu politicamente. Guerra, por sua vez, soltou uma nota naqueles termos, acusando a ministra de mentirosa. Nós respondemos, ao meu ver, muitos tons abaixo à nota do presidente do PSDB. Estranhamos que, no mesmo dia em que o governador José Serra (SP) disse que não entraria em baixaria, o presidente da sigla soltou uma nota nesses termos. Nós queremos um debate de alto nível, mas também não vamos correr do pau. Se quiserem ir pro pau, vamos também.
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