quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Artigo: "comunicado" da Prefeitura sobre o corte dos eucalíptos

No mínimo suspeito o posicionamento da Administração. Oficialmente, foi enviada a imprensa um comunicado onde o poder público manifesta-se contrário a participação política junto aos moradores, que não só do Jardim Paraíso. Declara que a presença da oposição junto ao movimento compromete soluções administrativas.

Não sei se intencionalmente, mas embaralha os fatos. Seja com um vereador contra, ou outro a favor, isso não deveria ser criminalizado. Estão tentando embaraçar (uma coisa) (que é política) que é a participação dos moradores exigentes na reconstrução da Praça com (outra coisa) (que é política) que é a indignação diante da atitude horrorosa tomada pela própria administração na destruição de um patrimônio de todos. Inclusive dos botucatuenses com convicções políticas. A oposição não impede, mas colabora com a transparência. O Lelo (PT) cobra o João (PSDB) e o João (PSDB) cobra o Lelo (PT). E nós cobramos os dois. Sem ressentimentos. Isso não é crime, é trabalho. E bem remunerado por sinal.
É direito se manifestar, mas é dever dos políticos. Isso não diminui a iniciativa da população. O fato de haver oposição ao prefeito (destruição da Praça) não pode ser encarado como propósito para a ausência de diálogo (reconstrução da Praça). Nem mesmo é papel da administração desencorajar a população diante destes atores.
Muito triste. Estamos voltando no tempo. Posicionamento político não é crime, seja da situação ou da oposição. Uma tentativa barata na tentativa de desviar os fatos sem mesmo assumir o erro. Dispensável este posicionamento oficial. A população é suficiente para esta compreensão. Este discurso só serve para questionar a habilidade da população.
É o espaço para a participação política saudável. O distanciamento é que é pior. Me posiciono, não como opositor, mas por considerar preocupante esta tentativa da administração em se criar uma cisão entre participação política e participação popular. Duas forças necessárias que historicamente se completam. Pobre da população de Botucatu, que diante do que está, além de perder a Praça ainda é perseguida por se manifestar.

Paulo Malagutte

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