sábado, 9 de janeiro de 2010

A cena se repete: Arruda pede perdão por acusações de envolvimento em esquema de corrupção no DF


Em um longo discurso nesta quinta-feira, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), pediu perdão indiretamente por ser acusado de participação em um esquema de corrupção. Sem apontar quais seriam seus erros, o governador disse que tem passado os últimos 40 dias perdoando aos que o agridem porque só assim poderá "pedir perdão por seus pecados". Ao falar durante a cerimônia de posse de diretores da rede pública de ensino, Arruda disse que tem sofrido agressões por causa da força das imagens do vídeo no qual aparece recebendo dinheiro das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, delator do esquema de pagamento de propina a parlamentares aliados.
Segundo depoimento de Barbosa ao Ministério Público Federal, Arruda teria recebido R$ 3 milhões em propina. Arruda nega e classificou a acusação de "calúnia".
"Talvez, ingenuamente, permiti que esses interesses contrariados ficassem tão próximos de nós. Devo também ter cometidos erros, é claro. E todos os dias, eu tenho nesses 40 dias... Eu quero dizer a vocês, de coração mesmo, que eu já perdoei todos os que me agrediram. Eu perdoo, a cada dia, aos que me insultam. Eu entendo as suas indignações pelas forças das imagens. E sabem por que eu perdoei? Porque só assim eu posso também pedir perdão dos meus pecados", disse.
No discurso, Arruda voltou a reforçar sua linha de defesa que responsabiliza o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) pela criação do esquema. "Tento dizer há 40 dias que aquele dinheiro que recebi dois anos antes de ser governador foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral. Não ouvem. Mas eu sei que o tempo, senhor da razão, irá explicar à sociedade porque essas pessoas se voltaram contra mim. Eu sei. Porque não conseguiram repetir no meu governo o que faziam antes", disse.
A Secretaria de Fazenda do Distrito Federal entregou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) um relatório com todos os contratos com empresas de informática feitos pelo Distrito Federal e fez uma nova ofensiva contra Roriz. Por orientação de Arruda, o relatório contém os convênios fechados desde 2000 envolvendo três gestões do ex-governador.
O pedido do ministro do STJ, Fernando Gonçalves, tratava apenas de contratos assinados entre 2007 e 2009, no governo Arruda. Segundo reportagem da Folha publicada hoje, Arruda tenta mostrar ao tribunal que o principal responsável por gastos nessa área era Roriz. O governo local teria gasto com informática cerca de R$ 2,3 bilhões desde 2000. Os contratos entregues ao STJ somam R$ 463 milhões nos três anos de governo Arruda. De acordo com a assessoria do GDF, Arruda gastou R$ 155 milhões por ano, enquanto Roriz pagou R$ 276 milhões.
Fonte: folha on line

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