quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Presidente do DEM lembra corrupção da governadora do RS e cobra solidariedade do PSDB

Matéria do Brasília Confidencial nº 111 mostra a forma fratricida como o consórcio demotucano tem tratado o escândalo no Distrito Federal, envolvendo o único governador demo no país, José Roberto Arruda. Preocupados com o estrago eleitoral que o episódio pode trazer para a candidatura de oposição na eleição presidencial do ano que vem, tucanos têm pressionado por uma punição rápida para Arruda.

O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), foi enfático: “Da mesma forma que a direção nacional do Democratas foi solidária com a crise que passa até hoje o PSDB no Rio Grande do Sul, não entendo porque alguns tentam misturar temas (denúncias de corrupção e eleição). Se crises como essa fossem impeditivas, talvez o PSDB não pudesse ter candidato à Presidência da República”, disse.
Esta não é o primeiro escândalo envolvendo o governador Arruda. Em 2001, ainda exercendo o mandato de senador pelo PSDB, e ocupando a liderança do governo no Senado, envolveu-se, juntamente com o então senador Antônio Carlos Magalhães (então PFL), na violação do painel eletrônico do Senado Federal, utilizado na votação que cassou o mandato do ex-senador Luís Estevão. No início negou a acusação com um incisivo discurso na tribuna no Senado, mas dias depois Arruda voltou a mesma tribuna, encurralado, para admitir a culpa e depois para renunciar ao cargo, evitando assim o processo de cassação do seu mandato, que poderia torná-lo inelegível por aproximadamente nove anos. Foi afastado do PSDB e ingressou no PFL (hoje DEM).

Leia abaixo a íntegra da matéria do Brasília Confidencial:
Presidente do DEM lembra corrupção de Yeda Crusius e cobra solidariedade do PSDB
O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), reagiu ontem à pressão tucana por uma punição imediata ao governador José Roberto Arruda, para evitar danos eleitorais em 2010, comparando o escândalo de corrupção no Distrito Federal à sucessão de denúncias que atingem a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e seus aliados de vários partidos. E, embora o DEM gaúcho tenha se afastado de Yeda por influência do vice-governador, Paulo Feijó, o comandante do DEM nacional, que se manteve solidário aos tucanos, reclamou reciprocidade.
“Da mesma forma que a direção nacional do Democratas foi solidária com a crise que passa até hoje o PSDB no Rio Grande do Sul, não entendo porque alguns tentam misturar temas (denúncias de corrupção e eleição). Se crises como essa fossem impeditivas, talvez o PSDB não pudesse ter candidato à Presidência da República”, argumentou Maia.
As declarações do presidente do DEM sucederam à decisão da cúpula nacional do PSDB pela renúncia dos dois tucanos que exercem cargos de secretários do Governo Arruda e de outros 100 filiados que ocupam postos em outros escalões da administração. O comando tucano também ameaçou expulsar quem permanecer no governo e submeter ao Conselho de Ética aqueles que responderem processos.
Essa retirada tucana, segundo o presidente do DEM, não coloca em risco a aliança dos dois partidos para as eleições presidenciais de 2010 e nem prejudica a possibilidade de o Democratas indicar o candidato a vice-presidente na chapa tucana.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também afirmou que os dois partidos estarão juntos em 2010 porque a crise no Governo Arruda é um “episódio local” e não nacional.
“Não tem nada a ver com a aliança nacional com o DEM, que respeitamos. Sabemos que é um episódio local. Apenas tomamos uma decisão relacionada ao nosso papel”, alegou Guerra.
Da parte do DEM, o tratamento do “episódio local” compreendeu ontem a abertura de um processo disciplinar com prazo de oito dias para que o governador Arruda se defenda – e a promessa de analisar depois o caso do vice-governador, Paulo Octávio, igualmente apontado como integrante da quadrilha que, segundo a Polícia Federal, desviou R$ 60 milhões dos cofres do Distrito Federal nos últimos anos.
O processo do DEM, decidido pela maioria da Executiva Nacional, começou mal. Meia hora depois de nomeado relator, o deputado José Carlos Machado (SE) renunciou à função. Alegou que foi surpreendido pela nomeação, que é engenheiro e que não tem conhecimentos jurídicos para apontar eventuais irregularidades e punições a Arruda. Outro relator será nomeado hoje.
(fonte: Brasília Confidencial - 2/12/2009)

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