Do jornal francês Le Monde:
Lula, l'homme de l'année 2009, par Eric Fottorino
Pela primeira vez na sua história, Le Monde decidiu nomear a personalidade do ano. “Sua” personalidade do ano. O exercício pode parecer arriscado ou banal. A quem distinguir? Segundo quais critérios? Em nome de quais valores? Como se diferenciar dos grandes e prestigiosos colegas estrangeiros, como a revista Time, que há muito já nos ultrapassou nesse caminho, elegendo a sua “Personalidade do Ano”?
Nossas discussões põem em destaque o que nos une sob a bandeira do Mundo. Já que, nos últimos sessenta e cinco anos, o título do nosso trabalho é um convite ao enfoque planetário, nós escolhemos uma personalidade cujo trabalho e reputação assumiram uma dimensão internacional. Preocupados em escapar de escolhas forçadas que poderiam nos conduzir ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (mas ele foi muito mais o homem de 2008 do que o de 2009), nós também descartamos as personalidades "negativas", ainda que a sua ação seja fundamental na nova configuração mundial: Vladimir Putin e a sua tentação-tentativa de reconstituir o império soviético, Mahmoud Ahmadinejad, onde cada palavra e cada ação é um desafio para o Ocidente.
Desde a sua criação, o Le Monde, imbuído do espírito de análise de seu fundador, Hubert Beuve-Méry, se coloca como um jornal de (re)construção, senão de esperança; um veículo a seu modo parte do positivismo de Auguste Comte, de mãos dadas com os homens de boa vontade. É por isso que, para essa primeira designação, que nós desejamos doravante renovar a cada ano, a nossa escolha coração e mente recaiu sobre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido sob o simples nome de Lula.
Sentimos que em seu percurso singular de antigo sindicalista, até o seu êxito na liderança de um país tão complexo como o Brasil, por sua preocupação com o desenvolvimento econômico, pela luta contra as desigualdades e a defesa do meio ambiente, Lula bem que merecia... o mundo.
tradução: Pitanga do Amparo
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