Passada a euforia das pesquisas de final de ano é necessário fazermos algumas reflexões sobre o “quadro desenhado” até o momento. Mais uma vez chamo a atenção para o fato de pesquisa quantitativa neste momento significar muito pouco. No atual estágio do calendário eleitoral, a pesquisa qualitativa é mais importante, pois ela mostra as tendências da opinião pública que poderão se consolidar durante o processo eleitoral. A pesquisa quantitativa fotografa um cenário que tem muita influência das eleições anteriores, geralmente aparecem em destaque os nomes mais conhecidos. Demonstrando um quadro que possivelmente não se vai configurar.
Se olharmos atentamente a última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 21 de dezembro, para medir a disputa nacional, de fato, mostra como novidade o crescimento da Ministra Dilma Rousseff. Além de ela ter ultrapassado a casa dos 20%, a pesquisa mostra o espaço que ela tem para crescer entre aqueles que aprovam o Governo Lula. A aprovação do Governo Lula ultrapassa a média nacional entre aqueles que têm de 25 a 34 anos, com ensino fundamental, e que ganham até 5 salários mínimos. E Dilma tem os seus maiores índices de intenção de voto entre aqueles que têm curso superior e entre aqueles que ganham mais de 10 salários.
Sem nenhum esforço de interpretação é possível dizer que Dilma é quem tem mais espaço de crescimento. Quando o eleitorado que mais aprova o Governo Lula entrar no “clima da campanha” e entender que ela é a representante da situação, as suas chances de crescer com rapidez são muito grandes.
Se esses são os aspectos positivos da pesquisa, temos que ressaltar os desafios que ela explicita. O mais evidente é a dificuldade que a candidatura de Dilma enfrenta no sul e no sudeste. Acredito que no sul a resistência à sua candidatura deve diminuir com o desenvolvimento da campanha, principalmente no Rio Grande do Sul, seu estado de residência, onde ela tem folha de serviços prestados. No sul a candidatura de Serra não está acima da média nacional, dentro da margem de erro da pesquisa (2%), está literalmente na média. Portanto não existe uma dificuldade consolidada.
O nosso maior problema está no sudeste, principalmente em São Paulo, onde o Serra obtém 42% na Capital e 47% no estado (onde o interior influencia positivamente na média). O grande desafio da candidatura de Dilma é crescer no sudeste, principalmente em São Paulo, onde teremos que enfrentar a máquina do Governo do estado.
A pesquisa sobre São Paulo
A pesquisa quantitativa sobre o cenário político eleitoral no estado de São Paulo é o que menos interessa. Se existe um exemplo em que a pesquisa quanti está contaminada pelo peso das figuras mais conhecidas, que estiveram nas disputas nas últimas eleições, esse exemplo é a pesquisa eleitoral para a disputa ao Governo de São Paulo.
O ex-governador Geraldo Alckmin esteve presente na última disputa Presidencial e para a prefeitura da cidade de São Paulo, somando 2002, quando ganhou o Governo, ele esteve presente na vida dos eleitores nas três ultimas disputas eleitorais. Seria impossível ele não aparecer liderando qualquer pesquisa aplicada no Estado de São Paulo. Nesse caso a pesquisa quali é fundamental para se entender o que de fato vai mover a vontade do eleitorado.
As pesquisas qualitativas mostram que o eleitor paulista está disposto a experimentar o novo, a novidade; um projeto que responda aos problemas da educação, da segurança publica, da saúde, entre outros.
Mesmo com a liderança estrondosa de Alckmin, existe um imenso espaço na vontade do eleitorado paulista para um novo projeto de gestão no estado.
Edinho Silva - Presidente PT Estadual
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