sábado, 19 de dezembro de 2009

O Brasil não veio barganhar. Estamos disposto a dar um passo a mais: Lula é aplaudido 4 vezes em discurso de 15 min

"O Brasil não veio barganhar. As nossas metas não precisam de dinheiro externo. Nós iremos fazer com os nossos recursos, mas estamos dispostos a dar um passo a mais se a gente conseguir resolver o problema que vai atender, primeiro, a manutenção do desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Nós passamos um século sem crescer, enquanto outros cresciam muito. Agora que nós começamos a crescer, não é justo que voltemos a fazer sacrifício", disse Lula.

 
Nem Obama e nem Marina. Lula é o cara e Lula surpreende e Obama decepciona na reta final da COP-15

Imprensa mundial avalia atuação dos líderes no último dia de conferência da ONU sobre as mudanças climáticas.
Dos principais líderes mundiais que discursaram até o momento em Copenhague, o Presidente Lula, foi o único a apresentar novidade na complicada busca por um novo acordo global sobre o clima. Ele manifestou nesta sexta-feira, 18, a disposição brasileira de, em caso de acordo, destinar dinheiro para ajudar países mais pobres a combaterem os efeitos das mudanças climáticas.
Lula já havia discursado ontem. Uma nova fala de Lula não estava prevista, mas ele foi chamado de última hora e segundo a imprensa surpreendeu a todos ao manifestar a disposição de, em caso de acordo, alocar dinheiro do Brasil em um fundo internacional para ajudar países pobres a combater os efeitos das mudanças climáticas. O discurso de Lula, a partir deste ponto, foi aplaudido diversas vezes.
O Presidente disse que, aquela seria a primeira vez em que ele falaria sobre o plano de ajuda. "Vou dizer, de público, uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países", disse Lula.
O Presidente Lula disse, em discurso no último dia da Conferência sobre o Clima em Copenhague (COP-15), que o Brasil está disposto a contribuir para o fundo de apoio a países pobres destinado a auxiliá-los a reduzir os efeitos do aquecimento global e controlar suas emissões.
"Estamos dispostos a ajudar no financiamento, se nós nos colocarmos de acordo em uma proposta final aqui. Agora, o que não estamos de acordo é que as pessoas mais importantes do planeta assinem um documento só para dizer que assinamos", disse. Lula afirmou que estava "muito decepcionado" com o ritmo de negociações.
Já o presidente norte-americano Barack Obama cobrou no seu discurso mais ação dos países em desenvolvimento. "Os países em desenvolvimento não querem se comprometer tanto no acordo, o que não compreendo. Há países que acham que acham que os países ricos devem assumir a maior parte da responsabilidade. Eu acho que todos devem se comprometer e agir de uma forma unida para enfrentar esta ameaça real", disse.
Barganha
Em um pronunciamento duro, Lula criticou a falta de entendimento entre os diversos chefes de governo que se reuniram até a madrugada desta sexta-feira e enviou um recado aos países ricos, que nas palavras do presidente foram à conferência para "barganhar".
Lula justificou a decisão de contribuir para o fundo afirmando que, para o mundo desenvolvido, conseguir que todos os seus cidadãos "tomem café da manhã, almoço e janta" era uma coisa do passado. Mas que para muitos países da África, América Latina e Ásia "isso ainda é uma coisa do futuro", arrancando palmas da plateia.
Ele destacou que o dinheiro dos países ricos para auxiliar os pobres a enfrentar o aquecimento global não deve ser encarado como uma esmola, mas um "pagamento pela emissão de gás estufa feita durente dois séculos por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro".

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