Moradores do Jardim Romano, na zona leste de São Paulo, voltaram a sofrer com os alagamentos causados pelas chuvas da noite deste domingo, 27, após terem convivido por mais de duas semanas com as ruas cheias de água. Na manhã desta segunda-feira, 28, várias ruas permaneciam alagadas com esgoto da Sabesp.
Durante a tarde, antes de as chuvas provocarem novos estragos, cerca de 200 moradores atearam fogo em pneus, pedaços de madeira e papelão, interditando a Rua Manuel Félix de Lima, para reivindicar a reposição de pertences estragados. Eram cerca de 200 manifestantes, de acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo. "Ninguém resolve o nosso problema, então decidimos fazer alguma coisa", justifica-se o comerciante Hermes Fernando da Silveira Filho, que vive ali há 9 anos. "E amanhã (hoje) vai ter mais", promete.
A Defesa Civil acionou a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Uma hora depois, o grupo interrompeu o protesto. Um manifestante foi detido por desacato e encaminhado ao 59º Distrito Policial - no fim da tarde de ontem, acabou liberado. "Os moradores nos mostraram os danos ocorridos em suas casas", relata o capitão Toni Kasai, da Defesa Civil. "Eles querem a reposição dos pertences que perderam e uma solução definitiva para o problema da inundação." Segundo Kasai, oficialmente há apenas um cadastramento feito pela Prefeitura para providenciar nova moradia àquela população.
Após o protesto, a Rua Manuel Félix de Lima era o retrato da desesperança: uma poça d’água - e de lama - do tamanho de um quarteirão estava rodeada por montes de cinzas e de pessoas cabisbaixas que perderam tudo neste dezembro.
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