Sem sinal de trégua dos professores, em greve desde o último dia 8, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pré-candidato à Presidência da República, pode enfrentar na próxima semana outra paralisação de servidores. Desta vez, são os trabalhadores da área que lhe serve como bandeira de campanha, a saúde. Na próxima sexta-feira, 19/03, pela manhã, os servidores estaduais da saúde se reúnem em assembleia, na Quadra dos Bancários, em São Paulo, para votar uma proposta de greve geral. Mobilizada há cerca de duas semanas, a categoria denuncia as terceirizações que Serra tem feito no sistema de saúde pública do estado e pedem 40% de reposição das perdas salariais e o fim deste tipo de contratação.
Eles também denunciam o sucateamento do SUS (Sistema Único de Saúde) no estado, pedem sua readequação, e criticam a chamada meritocracia, que reserva bônus e reajustes para os supostamente melhor avaliados. O Sindsaúde, sindicato que reúne a categoria, também está denunciando o aumento da dengue no estado. Segundo a entidade, a doença, que já é uma epidemia no Guarujá, atinge toda a Baixada Santista e toma conta de Ribeirão Preto.
O deputado estadual Fausto Figueira (PT), que é médico e presidente da Comissão de Saúde e Higiene da Assembleia, apoia o movimento. “Os jornais estão mostrando diariamente multidões esperando até 8 horas por um atendimento nos pronto-socorros da Baixada. Os médicos não conseguem dar vazão, as notificações não estão sendo feitas, até porque cada uma demora 20 minutos e atrasaria ainda mais a assistência”, denuncia. A Bancada do PT na Assembleia Legislativa tem denunciado o sucateamento da saúde no Estado e a parceria com instituições privadas já há alguns anos e, especialmente, durante a gestão Serra, que adotou as chamadas Organizações Sociais (OSs). Um dos exemplos mais citados do perigo da privatização é o caso dos laboratórios do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, cujo processo de terceirização integral foi suspenso antes da pandemia de gripe suína.
Fonte: Brasília Confidencial
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