terça-feira, 2 de março de 2010

Ministério Público investiga prática de preços iguais por empresas de caçambas em Botucatu

O que faz com que produtos da mesma marca tenham preços diferentes no mercado? A livre concorrência. A disputa entre comerciantes para ver quem vende mais barato faz com que você, consumidor, saia ganhando.
O oposto disso é crime. A combinação de preços em qualquer setor do comércio é enquadrada como "formação de cartel".
E isso pode estar acontendo em Botucatu. Os repórteres André Godinho e Gabriel Al Lage tentaram entender porque todas as empresas de caçambas na cidade cobram exatamente o mesmo valor. O que eles descobriram foi parar no Ministério Público.
Quem está construindo em Botucatu, prepare o bolso: contratar o transporte de entulho está mais caro na cidade. A caçamba que custava em 2009 menos de R$60,00, desde janeiro não é encontrada por menos de R$70,00.
Além de achar os preços caros, os consumidores não tem como pechinchar, os valores são idênticos em todas as empresas do ramo. Empresários justificam que agora eles precisam pagar para descarregar o entulho e isso encareceu o serviço.
A cobrança por caçamba no novo aterro, que é particular, é de R$3,50. O dono, Wagner José Valadão, licenciou a área e assumiu os riscos ambientais, por isso revolveu cobrar a taxa.
As 10 empresas do ramo que atuam na cidade são associadas. Por telefone, a funcionária de uma delas admite que os preços foram combinados.
Reportagem: "Parece que todo lugar que eu estou ligando é o mesmo preço".
Funcionária: "É, mas é o mesmo preço, porque é uma reunião que fizeram, , e agora qualquer lugar é o mesmo preço, e está tendo que pagar para descarregar a caçamba, então agora é assim em todo lugar"

Aumentar os valores de aluguel das caçambas é um direito dos empresários. Já os preços iguais são encontrados em vários segmentos do comércio. Mas, quando isso deixa de ser coincidência e passa a ser proposital, prejudica o consumidor.
Na legislação brasileira, combinar preços é crime contra ordem econômica. A prática de cartel dá cadeia. A equipe de reportagem levou as gravações ao Ministério Público. Depois de ouví-las, o promotor Paulo Sérgio Abujamra disse que vai investigar o caso. Nenhuma empresa quis gravar entrevista. As dez firmas fazem parte de uma associação, que também não quis se manifestar.
Fonte: TV Tem

Um comentário:

  1. NÃO APENAS AS CAÇAMBAS, MAS TBM O COMBUSTÍVEL, OUVI DIZER DE UM POSTO EM ESPECIAL QUE NÃO ACEITOU ENTRAR NA MÁFIA DO COMBUSTÍVEL E ESTA SOFRENDO AMEAÇAS .

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