Já escrevi aqui sobre a saia justa dos tucanos este ano com boa parte de seus candidatos majoritários às eleições de outubro. Nesse rol incluem-se a "hors concours" em envolvimento em denúncias de corrupção, a governadora gaúcha Yeda Crusius, candidata à reeleição; o novo governador de Santa Catarina, Leonel Pavan, investigado e processado pela Polícia Federal (PF) por favorecimento administrativo; e o governador que eles elegeram em 2006 na Paraíba, Cássio Cunha Lima, cassado pela justiça eleitoral por compra de votos e distribuição de cheques a eleitores.
Nessa galeria, óbvio, não seria justo esquecer o governador cassado de Brasília, José Roberto Arruda (ex-DEM), que ficou meses preso na PF apontado como chefe de um esquema de distribuição de propina a aliados. Único governador eleito pelo DEM em 2006, Arruda tinha em sua equipe secretários de Estado do PSDB e do PPS, governava em estreita parceria com os dois partidos e quase foi indicado vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB-DEM-PPS) que tinha nele o candidato preferido para o posto.
Pois bem, a lista de tucanos e aliados envolvidos em denúncias de irregularidades é engrossada agora pelo senador Marconi Perillo (PSDB-GO), 1º vice-presidente do Senado e candidato do PSDB a governador de Goiás este ano. Perillo está às voltas com uma investigação do Ministério Público Federal de Goiás e uma ação do Ministério da Justiça sobre suas movimentações bancárias. É suspeito de ter contas em bancos da Suíça, Estados Unidos e em paraísos fiscais do Caribe.
Passado nada recomendável
Como a oposição, quando acossada pelo passado nada recomendável de seus integrantes, reage às avessas, o surpreendente nessa história é que Perillo é o investigado, mas quem foi chamado a depor à Comissão de Constituição e Justiça do Senado é o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Querem investigar como ele soube de um dossiê sobre as contas que o senador tucano teria no exterior.
Carvalho já esclareceu que nunca viu tal dossiê e que soube das denúncias contra Perillo através do líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO). Eis, meus caros, a velha tática da oposição. Frente à acusação, ao invés de prestar os devidos esclarecimentos, ela inverte o jogo e quer fingir que não é com ela. Mas o que o interessa mesmo é: que contas são essas? Elas existem? O que Marconi Perillo tem a dizer a respeito?
Com a palavra, o Ministério Público Federal e o senador tucano candidato a voltar ao governo de Goiás.
José Dirceu
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