Até ontem, José Serra (PSDB/SP) evitava aparecer em fotos ao lado de Orestes Quercia (PMDB/SP).
Serra acreditava que Quércia poderia tirar votos, por ter alta rejeição no eleitorado paulista e também má imagem nacional. O problema é que Serra agora está sem votos. Quase não tem mais votos a perder, então, agora, apela os votos no reduto de Quércia.
Hoje, aparecem sorridentes, lado a lado, fazendo campanha em um reduto demo-tucano, ligado ao "movimento CANSEI": na Associação Comercial de São Paulo, entidade ligada ao ex-secretário de Serra, Guilherme Afif Domingues, e candidato a vice de Alckmin.
Afif, em 2008, discursando na cidade de Mauá/SP, como secretário de Serra, insinuou que cariocas e baianos seriam "vagabundos", como se ainda pertencessem à nobreza da côrte imperial do passado, e insinuou o mesmo também para os beneficiários do bolsa-família:
"O Banco do Povo tem a cara do paulista, porque é feito para o trabalhador e nós gostamos de trabalhar. Isso desde os tempos do Brasil Império, porque aquele pessoal da côrte não gostava muito de trabalhar, não. Só chegamos onde chegamos por essa distância da côrte. Até hoje, onde ainda há tentáculos dessa cultura, existe essa falta de cultura do trabalho. Por isso há no Brasil essa situação em que alguns trabalham e pagam pelos benefícios dos que não trabalham".
Voltando à visita de Serra e Quércia, lá visitaram o impostômetro, uma impostura para deturpar a discussão honesta sobre reforma tributária no Brasil. Ao lado do impostômetro deveriam instalar o sonegômetro, para medir a sonegação dos maus empresários.
Serra sempre aumentou a carga tributária
Serra é um cínico quando faz críticas à carga tributária.
Quando ele estava no governo FHC, apoiou o maior aumento da carga tributária da história.
Como governador também.
A maior carga tributária no preço da gasolina é do ICMS, imposto estadual.
O mesmo acontece na conta de Luz e de telefone.
Por isso que Serra não critica, pelo contrário, elogia a privataria das teles, adorando uma tarifa telefônica alta: seu governo ficava com uma bela porcentagem do que o cidadão paga, através do ICMS.
Serra se recusou a reduzir o ICMS de material de construção, para o programa Minha Casa, Minha Vida, enquanto Lula e Dilma zeraram o IPI (imposto federal).
Se recusou a reduzir o ICMS sobre eletrodomésticos na crise internacional. O governo federal abriu mão do IPI para aumentar as vendas e manter empregos, mas Serra se aproveitou disso para arrecadar mais em plena crise, mesmo sacrificando empregos em São Paulo.
Serra, quando governador, promoveu aumento do IPVA acima da inflação.
Seu pupilo na prefeitura, promoveu tarifaços, aumentando em muito o IPTU, também acima da inflação.
Em plena crise internacional, Serra implantou o método de cobrança do imposto antecipado, por substituição tarifária. Isso estrangula as empresas, porque retira capital de giro, exige recorrer mais aos bancos, aumento o custo financeiro, e na época da crise só os bancos oficiais estavam emprestando. Quem mais sofreu foram os pequenos e médios empresários.
Enfim, esse discurso de Serra, é mais falso do que uma nota de 3 reais.
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