terça-feira, 8 de junho de 2010

Dilma na Embraer

As cidades do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, concentram a maior parte das empresas que mais investem em inovação tecnológica no país. Ao conhecer o Parque Tecnológico de São José dos Campos e visitar as instalações da Embraer, a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, não teve dúvidas para afirmar que essa região está construindo uma parte do futuro do Brasil.
“Saio daqui cada vez mais convencida de que o futuro do Brasil depende do que está sendo feito aqui no Vale do Paraíba", disse ela, em entrevista coletiva durante visita à Embraer. "A inovação é uma palavra mágica, mas não se faz com mágica. É preciso esforço e trabalho.”
Segundo ela, o Brasil é conhecido pelo carnaval e pelo futebol, mas isso não basta para caracterizar o que ocorre no país. “[Aqui também] tem uma indústria de avião como a Embraer e de pesquisa como a Embrapa. Temos a Petrobras que descobriu o pré-sal com muita pesquisa.”
Ela enfatizou que a inovação no Brasil deve unir empresas privadas, institutos de pesquisa e universidades. “Se não tiver esse tripé, não tem inovação”, disse.

Parque Tecnológico
Dilma passou cerca de duas horas no parque tecnológico que abriga um centro de pesquisas aeronáuticas (capitaneado pela Embraer), um pólo da Vale Soluções Energéticas e o Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (Cecompi). Esses parques reúnem incubadoras de empresas que apostam alto em tecnologia e na criação de novos produtos.
“Parques tecnológicos como esse têm tudo a ver com o que está ocorrendo no Brasil. Ainda temos que dar oportunidade para a média e pequena empresa fazerem inovação”, disse ela. O parque de São José dos Campos surgiu em 2006 e tem recursos garantidos até 2012, num total de R$ 996 milhões. Desse valor, R$ 494,7 milhões vêm do governo federal, pouco mais de R$ 102 milhões do governo paulista e da prefeitura e mais de R$ 393 milhões são investimentos da iniciativa privada.
Durante a visita ao Parque, ela conheceu empresas em transição dos projetos incubados para o início da produção. Foi o caso da Flight Tecnologies, que produz pequenos aviões não-tripulados, que voam por controle remoto e podem ser usados em atividades de defesa e monitoramento aéreo.

Nova solução energética
Na Vale Soluções de Energia, Dilma conheceu um projeto de geração energética que deve ir para os testes de campo ainda este ano e pode reduzir pela metade os custos com energia na extração de petróleo nas plataformas em alto mar, por exemplo.
O equipamento criado pela Vale capta água salgada, ou líquidos ricos em água, que são gaseificados e, por meio do vapor, geram energia. Ao mesmo tempo, a máquina transforma a água salgada em potável, para uso nas plataformas que ficam em alto mar.
O gerente geral de Turbogeradores e Sistemas Computacionais da Vale, Sérgio Choze, aponta ainda outra possibilidade de uso do equipamento. “A cada litro de etanol produzido, são gerados cerca de 13 litros de vinhoto. Como é rico em água, nós podemos reprocessar isso e gerar mais energia. E disso ainda sobram sais minerais, que podem ser usados como fertilizante”, conta.
Choze explica que produzir esse invento no Brasil custa muito mais barato do que no exterior. “Devemos investir centenas de milhões de dólares. Se fosse no exterior, gastaríamos certamente bilhões de dólares. Só conseguimos um custo menor pela criatividade dos brasileiros.”

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