Assim como analistas e investidores cobram o andidato à presidência José Serra (PSDB) em relação a um posicionamento mais claro do que será a política econômica de um eventual governo do PSBD.
Segundo o jornal Correio Braziliense, até bem pouco tempo, seria absurdo pensar na possibilidade de o mercado financeiro levantar qualquer suspeita sobre uma administração tucana, associada a gestões responsáveis, comprometidas com um Estado enxuto e medidas ortodoxas de controle da inflação. Mas, hoje, nove em cada dez analistas mostram preocupação diante das chances reais de o PSDB voltar a comandar o país a partir de janeiro de 2010.
A desconfiança ganhou corpo depois das declarações do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, em entrevista à revista Veja, de que, “sem dúvida nenhuma”, no governo tucano, se mexerá na taxa de juros, no câmbio e nas metas de inflação — o tripé-base da economia. Por mais que Guerra tenha tentado, desde então, negar o que disse, aumentou a suspeição quanto ao que Serra fará se vencer a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, do PT, em outubro próximo.
Serra nunca foi o candidato preferido do mercado financeiro, por considerá-lo intervencionista demais. Portanto, quando o presidente do PSDB diz que, no governo tucano, tudo será diferente na política econômica que, nos últimos dez anos, conseguiu finalmente mudar o Brasil de patamar e garantir crescimento a taxas superiores a 4% ao ano sem pressões inflacionárias, só resta aos que tripudiam o governador de São Paulo aumentar o tiroteio contra ele.
Mercado cobra caro
Apesar de ciente do estrago, Serra acredita que ainda não é o momento de tornar público o seu projeto de política econômica, até porque não assumiu oficialmente a sua candidatura, por mais explícita que ela seja.
Em meio à postura arredia de Serra, o mercado tenta mapear quem serão os nomes fortes da equipe econômica tucana. Ainda que inexpressivos politicamente, dois nomes têm circulado entre os analistas. Os de Mauro Ricardo Costa, hoje secretário de Fazenda do estado de São Paulo, para o Ministério da Fazenda, e de Gesner Oliveira, atual presidente da Sabesb, para a presidência do Banco Central. São especulações? Com certeza. Mas elas têm feito parte do cenário traçado pelo mercado, e vêm sendo embutidas nos elevados “prêmios de risco” cobrados pelos investidores para atravessar o ano de eleições presidenciais.
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