Incomodado com seus aliados demo-tucanos não defendê-lo das críticas comparativas com o governo Lula, Fernando Henrique Cardoso não resistiu à vaidade, apesar de todas a recomendações de marqueteiros para escondê-lo.
Aproveitando que José Serra (PSDB) está literalmente atolado no alagão, às voltas com um apagão na Segurança Pública, e com protestos contra pedágios abusivos, FHC decidiu "defender-se" com um artigo nos jornais desse domingo com o título “Sem medo do passado”.
O artigo é uma tentativa de falsear a história, e tentar dizer que o governo dele não foi tão ruim assim.
Traz de volta a velha impostura demo-tucana de querer declarar que o que há de bom no governo Lula foi continuidade.
Não foi continuidade. Foi correção de rumos. Onde havia embrião de programas pífios ou meia-bomba (como o bolsa-escola), foram universalizados e ganharam valores mais dignos (como o bolsa-família). Diversos programas projetos que só existiam na teoria ou eram pífios, tiveram que ser resgatados, como a volta do financiamento da moradia popular, a integração das bacias do São Francisco, recolocar ordem no sistema elétrico depois do apagão da privatização, recolocar o transporte ferroviário nos trilhos. A própria estabilidade econômica estava ameaçada com o dólar batendo a R$ 4,00 e inflação média de 2002 batendo em R$ 13% e com inflação mensal fora de controle, acima de 3% ao mês em novembro e dezembro de 2002, na passagem de governo.
Não vou repetir as baboseiras de FHC, apenas lembrar das omissões de seu artigo. Ele "se esqueceu":
- do verdadeiro apagão;
- de ter quebrado o Brasil 3 vezes;
- de ter passado a herança maldita do acordo com o FMI para o governo Lula resolver;
- do altíssimo desemprego em seu governo;
- do arrocho salarial e de impostos (não corrigiu salários do funcionalismo nem a tabela de imposto de renda, conforme a inflação);
- do sucateamento do estado, incluindo escolas, unidades de saúde e Polícia Federal;
- da falta de abir uma única universidade federal;
- de abafar escândalos de corrupção, sucateando PF e impedindo CPI's a peso de ouro.
- da decadência do Brasil no cenário mundial;
- da queda do Brasil no ranking do PIB mundial;
- da restrição de crédito e de construção de moradias populares;
- o afundamento da plataforma P-36 da Petrobrás;
- a entrega de estradas esburacadas, sem manutenção;
E contestar o que o ex-presidente considera um êxito:
- é um embuste dizer que a Vale privatizada paga mais impostos do que pagava dividendos quando era estatal, pois a China multiplicou as importações de ferro depois da privatização, portanto, se ela fosse estatal, estaria rentável do mesmo jeito, porém já teria investindo mais em siderúrgicas no Brasil e teria encomendado navios no Brasil, gerando empregos e riquezas aqui, como faz a Petrobras. E a Vale só começa agora a fazer isso, por pressão do governo Lula.
- outro embuste é a privatização da Telebras (um prejuízo direto de R$ 11,7 bilhões). Se não tivesse privatizado, teríamos tarifas muito mais baixas que pagamos hoje, muito mais gente teria acesso a telefonia fixa e à banda larga, e as remessas de lucros que hoje são enviadas para a Espanha e México, seriam reinvestido no Brasil. Isso sem contar a péssima qualidade dos serviços e atendimento das teles privadas, que temos hoje.
- Da Petrobras nem se fala. O tucano simplesmente entregou descobertas e patrimônio da Petrobras para petroleiras estangeiras de mão beijada. Preparou para privatizar a "PetrobraX", inclusive vendendo subsidiárias, afundou a P-36 por cortes de custos, gerou desemprego aqui, quando encomendou plataformas e navios na Noruega e Singapura, e FHC ainda tem a cara de pau de querer pegar carona no sucesso atual da Petrobras.
Mas... fala FHC! Quanto mais FHC, de triste lembrança, falar e reavivar a memória do brasileiro, melhor para lembrar o risco que seria a volta de um tucano, como José Serra (PSDB).
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