Uma hora depois de iniciado o apagão, às 22h da terça-feira, líderes da oposição no Congresso já articulavam pelo telefone uma estratégia para desgastar a ministra Dilma Rousseff. Os oposicionistas pretendem levar Dilma ao senado e câmara para que ela explique os motivos do acidente energético. O adversário da ministra em 2010, o governador de São Paulo, José Serra,que sempre se esconde quando acontece tragédias envolvendo tucanos, dessa vez apareceu. Ele disse que faltam investimentos federais.
No Congresso, a ação dos oposicionistas ocorreu em duas frentes. Na Câmara, DEM, PPS e PSDB querem ouvir Dilma, o atual ministro Edison Lobão e o ex-ministro da pasta Silas Rondeau em alguma comissão permanente. Mas sabem que, por serem minoria na Casa, terão de esperar o momento oportuno para aprovar a convocação. Por enquanto, o líder do Democratas Ronaldo Caiado (GO), apresentou requerimento de informações para que Lobão esclareça as razões do apagão.
A base aliada do governo apoiaram o requerimento do tucano Vanderlei Macris (SP) para convocar Lobão à Comissão de Fiscalização e Controle. Sem data marcada, trocaram apenas o pedido por convite, o que o desobriga de comparecer. No Senado, a tentativa é levar Dilma e Lobão, também por convite, à Comissão de Infraestrutura.
Ontem, foi dia de festa na câmara e senado. A oposição comemorou o apagão: "É a ministra do apagão", comentava animadamente José Carlos Aleluia, vice-líder do DEM na Câmara.O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN) e o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), secretário-geral do partido estavam eufóricos e também eram os mais procurados para entrevistas: "Era uma questão que o PT sempre jogava na culpa do nosso governo"."Estamos comemorando sim, agora eles não podem mais falar de Fernando Henrique Cardoso".
CPI pode ser prorrogada
Prevista para encerrar os trabalhos em 30 de novembro, a CPI das Tarifas de Energia Elétrica pode ser prorrogada para investigar as causas do apagão energético. O presidente da comissão, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), disse ontem que avalia a possibilidade de postergar o fim dos trabalhos. "Estou tendo muita cautela nessa questão para não tomar decisão precipitada. Vamos ouvir o que os técnicos do ministério têm para nos dizer e depois fecharemos a questão", afirmou.
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