sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Depois do apagão, jornalistas viram especialistas em energia

E a mídia fez a luz. Crise iniciada, pencas de jornalistas brasileiros opinam, com fumos de quem retornou de um mestrado de verão, sobre o tema que comove, atiça e revolta os brasileiros: o blecaute que afetou 18 Estados a partir das 22h10 da terça-feira, 10 de novembro.

No conjunto de pitacos, há um brado descendente daquele zombado pelo cronista Rubem Braga: ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil. Troque saúva por apagão nas análises dos repentinos especialistas em energia elétrica, física, Itaipu, mudanças climáticas e ataques indígenas. As tendas estão armadas no bazar midiático.

Um índio descerá...

O físico e ex-presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa, é o entrevistado do "Bom Dia Brasil", na Rede Globo, na manhã de 11 de novembro. Opiniões técnicas:
- Discordo do ministro (Edison Lobão). O sistema do Brasil é interligado há muito tempo. Ele reforçou sua interligação... Não tivemos um problema de energia, mas um problema elétrico - afirma Pinguelli.
Na bancada de jornalistas, o apresentador Renato Machado pede licença para uma pergunta de Alexandre Garcia, direto de Brasília.
De início, o comentarista avisa que conversou com alguém bem-informado, mas isso você já sabe desde o governo Figueiredo. Às palavras:
- Professor Pinguelli, na sexta-feira eu passei quase a tarde toda conversando com o presidente da Itaipu binacional, o Jorge Samek, e ele me explicava a tranquilidade dele quanto ao nível de água de Itaipu, que recebe afluentes, a bacia recebe afluentes de diversos regimes de chuvas. E aí restava então a transmissão, uma certa não fragilidade, mas uma incerteza sobre o que pode acontecer com a transmissão...
Alexandre Garcia prossegue com índios e MST:
-... E aí professor a gente tem visto ameaças de índios, de MST a hidrelétricas, a torres de transmissão... O que é preciso fazer pra que a gente tenha segurança absoluta ou segurança absoluta não existe?
Confrontado com a ameaça indígena, Pinguelli responde:
- Não existe. Não existe. A segurança absoluta, na engenharia, não existe. Não se pode garantir 100% de nada.

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