Prefeitos da região oeste da Grande São Paulo acusam a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de descaso no atendimento de saneamento básico. Desde novembro de 2009, os prefeitos de sete cidades reuniram-se na Câmara Técnica Intermunicipal de Saneamento, que pressiona a estatal por metas, mas consideram que os problemas estão distantes de serem solucionados.
Só neste ano, nove reuniões da câmara foram realizadas. Os representantes das prefeituras de Barueri, Osasco, Santana de Parnaíba, Carapicuíba, Pirapora, Jandira e Itapevi reclamam da má-qualidade dos serviços prestados, das constantes falhas no abastecimento de água e da deficiente cobertura do tratamento de esgoto.
Um cronograma em conjunto foi traçado em discussões entre as prefeituras e a Sabesp, com detalhes sobre a realização das obras. No calendário, a universalização dos serviços era prevista entre 2016 e 2018. Nas reivindicações, a frente de prefeitos conseguiu que o prazo máximo se reduzisse a 2012.
Em Barueri, a promessa é de que até essa data toda a população contará com os serviços de tratamento de esgoto, atualmente em 20% do total. “Os resultados só foram possíveis pela pressão e mobilização junto à companhia, falta agora fazer com que se cumpram os prazos”, disse José Mendes, diretor técnico de obras da Secretaria de Projetos e Construções de Barueri e presidente da câmara intermunicipal.
Mendes afirmou que está levando a questão adiante “Estamos programando fazer uma reunião maior, uma espécie de convenção, para que outros municípios da região do Alto Tietê também possam participar das discussões”, completou.
Decisões duvidosas
Para Valdir Ribeiro, diretor de obras de Osasco, a briga com a Sabesp tornou-se constante. Segundo o diretor, apesar de haver um cronograma a ser seguido, as decisões são arbitrárias. “Questionamos o grau de prioridade que a companhia estabelece para a realização das obras, pois os critérios usados são incompatíveis com as necessidades”, afirmou Ribeiro.
O vereador Toninho Kalunga de Cotia, afirma que os problemas são encontrados também em outras cidades que não fazem parte da câmara, como é o caso de Cotia. "A cidade não recebe nenhum investimento no setor há 30 anos. Os problemas já passaram da questão política e viraram um descaso total". Referindo-se ao fato de, tanto em Cotia como em outras cidades da região, embora sejam governadas pelo PSDB – mesmo partido do governador em exercício Alberto Goldman – a situação é a mesma.
Em algumas das cidades, as autoridades já iniciaram um contato com outros municípios que têm os serviços de saneamento municipais ou privados, para que experiências pudessem ser trocadas. Mas Valdir Ribeiro pondera: “O processo não é simples por se tratar de concessões; e também porque devemos explicações à população e necessitamos de resultados rápidos”.
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