A escravidão acabou oficialmente há 122 anos. Mesmo assim, a inclusão social dos afro-descendentes ainda não se completou em nossa sociedade. O sistema de cotas em universidades públicas é, por enquanto, apenas um grão positivo nessa areia da desigualdade social. Aloizio Mercadante sabe disso. Defendeu o sistema de cotas e foi além: “Queremos em São Paulo uma política de inclusão social e de reconhecimento histórico dessa comunidade que é fundamental para a riqueza do Estado, para nossa identidade cultural e proponho a criação de cotas também nas Escolas Técnicas e nas Fatecs”.
O candidato do PT ao governo de São Paulo conversou com o pessoal da Educafro (Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes, rede de cursinhos pré-vestibulares comunitários, que é uma entidade do movimento negro, sem fins lucrativos que luta por justiça). A Educafro promove a inclusão de negros nas universidades públicas e particulares. E Mercadante quer usar o exemplo do governo federal em São Paulo. O governo Lula foi responsável pela criação da Secretaria de Combate ao Racismo, além do Programa Universidade para Todos (ProUni). Lá no ProUni, 20% das vagas são destinadas aos afro-descendentes.
Mas não para por aí. Mercadante destacou a importância cultural que vem dos bairros populares e defendeu a criação do Museu do Hip Hop: “É preciso colocar o hip hop no centro da discussão e da reflexão da cultura em nosso Estado. Esse é um compromisso que eu quero assumir”. Mercadante sabe que o movimento hip hop tem capacidade e força para mobilizar a juventude na produção cultural. Por isso, usando o exemplo federal, pensando nas comunidades de bairros populares, defendendo e ampliando o sistema de cotas, o senador completa: “Vamos criar oportunidades aos negros que carregam o passado da escravidão e que nunca tiveram a oportunidade no Brasil como tiveram com o governo Lula, e queremos que isso avance em São Paulo também”.
Tudo para que o grão de areia vire uma praia de igualdade social.
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